Comunicados de Imprensa
A Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG) manifesta a sua profunda discordância relativamente à proposta da nova Rede de Referenciação Hospitalar em Pediatria, atualmente em consulta pública, na qual é atribuído ao Hospital da Guarda o nível I.
Esta proposta não reflete a realidade assistencial, técnica e científica do Serviço de Pediatria e da Maternidade da ULS da Guarda e foi elaborada sem qualquer contacto, pedido de contributos ou reunião prévia com a instituição.
Uma decisão com impacto tão relevante no acesso aos cuidados de saúde das crianças e famílias da região não pode, nem deve, ser tomada sem diálogo, sem análise territorial e sem avaliação dos recursos existentes.
Há mais de duas décadas, a ULS da Guarda assegura um Serviço de Pediatria e uma Maternidade em funcionamento permanente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, com especialistas em presença física contínua. Este facto distingue a instituição a nível regional e nacional, garantindo acesso próximo e seguro a milhares de crianças e recém-nascidos.
Desde junho de 2025, o Serviço de Pediatria funciona numa unidade moderna, fruto de um investimento público significativo, com renovação tecnológica, requalificação de infraestruturas e reforço de valências, incluindo Neonatologia, Urgência Pediátrica, Hospital de Dia Pediátrico e uma Equipa Inter-hospitalar de Cuidados Paliativos Pediátricos.
A ULS da Guarda serve uma área de 13 concelhos, num território extenso e de baixa densidade populacional. Qualquer decisão que reduza a capacidade de resposta pediátrica e materno-infantil na Guarda agravará as desigualdades no acesso à saúde, colocará famílias em risco e comprometerá o princípio constitucional da igualdade de oportunidades no SNS.
O Serviço de Pediatria da ULS da Guarda cumpre rigorosamente os critérios que fundamentam a sua classificação como Nível IIa, nível que reflete a diferenciação, a qualidade assistencial, a capacidade de resposta e o papel formador que o serviço desempenha a nível nacional.
O Conselho de Administração da ULS da Guarda apelou, por isso, ao Ministério da Saúde a revisão da proposta, a reposição da classificação adequada e a abertura de um processo de diálogo técnico e institucional que respeite as necessidades da população, o trabalho dos profissionais e o interesse público.
Ao longo da sua história, a ULS da Guarda tem defendido e continuará a defender o direito das crianças e das famílias da região a cuidados de saúde de qualidade, próximos, seguros e humanos.
A continuidade da Maternidade e da diferenciação Pediátrica na Guarda é uma questão de saúde pública, de justiça territorial e de dignidade no Serviço Nacional de Saúde.